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Fernanda Braz ocupa uma das cadeiras da Câmara de Valadares em um momento de presença feminina crescente. Leva ao mandato pautas ligadas à realidade e à autonomia das mulheres.

  • Foto do escritor: JAMES
    JAMES
  • 27 de mai.
  • 2 min de leitura

Trajetória marcada por renúncias, enfrentamentos e decisões corajosas. Inclusive as invisíveis, como a de estar presente em casa com os filhos e o esposo antes de vestir o cargo.



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“Mulher protagonista não é frase de campanha. É quem eu sou. Eu fui protagonista da minha história. E agora, sigo sendo por outras mulheres também.”


A expressão virou identidade. Mas nasceu da vivência. Fernanda cresceu com a ausência da mãe, enfrentou obstáculos e construiu o próprio caminho. “Eu alcancei o que alcancei porque acreditei que era possível. E sigo acreditando. Principalmente nas mulheres que ainda não conseguem.”



Projetos voltados para a autonomia feminina, ações diretas nos bairros, presença ativa nas redes sociais e, sobretudo, escuta. “Eu não queria estar vereadora. Eu queria fazer o que tem que ser feito. Não sou do tipo que vota em projeto que não leu ou não sabe do que se trata.”


Hoje, Fernanda integra uma Câmara que, pela primeira vez, conta com cinco mulheres eleitas.

“É um marco. Mas não basta estar ali. A gente precisa fazer valer. Política não é espaço de vaidade. É de trabalho real.”


Entre os projetos já apresentados, um se destaca pela urgência e sensibilidade: a obrigatoriedade de intérpretes de Libras em toda a rede do SUS. A proposta surgiu após um episódio em que um homem surdo ficou horas sem atendimento por não conseguir se comunicar. “Ele foi chamado, mas não ouviu. Ficou ali, sozinho. Depois gravou um vídeo em Libras falando da angústia que viveu. Aquilo me cortou.”


A pauta da inclusão se expandiu. Fernanda tem atuado também com pessoas autistas e com TDAH. Leva demandas, propõe leis e ouve famílias. Tudo com o objetivo de garantir inclusão social e oportunidades de emprego em diversas áreas. “Eles não querem só ser empacotadores nos supermercados. Foi o que um deles me disse. E isso me atravessou. Eles podem mais. Precisam de oportunidade.”


Na Câmara, a proposta já encontrou respaldo. O presidente da Casa, Alê Ferraz, anunciou a contratação de intérpretes permanentes para as sessões. “Foi lindo ver a reunião com a presença da ASUGOV, a Associação dos Surdos de Governador Valadares.

A expressão deles era de pertencimento. Isso é inclusão de verdade.”


Mas a atuação de Fernanda não se restringe às sessões legislativas. “Meu gabinete é itinerante. Toda semana estou num bairro diferente. É assim que eu sei o que está acontecendo de verdade.”



Entre a casa e a Câmara

Na outra ponta da vida, a rotina continua pulsando. É ela quem faz o almoço, leva os filhos à escola, participa das tarefas. “A política passa. Mas a memória afetiva fica. Eu quero que meus filhos lembrem que a mãe estava lá. Nos treinos, nos eventos, nas refeições. Isso ninguém tira deles.”



Dentro da pauta feminina, a vereadora apresentou nove projetos. O mais recente ganhou nome simbólico: Há Saída. Uma proposta que cria um banco de empregos para mulheres vítimas de violência doméstica. “A saída só começa quando existe independência financeira. Sem isso, muitas não têm força para romper. O projeto busca exatamente isso: oferecer chance real.”


Ao fim da entrevista, uma frase que não foi ensaiada, mas ficou marcada:

“Mulher protagonista é aquela que não espera a permissão. Ela vai. E eu tô indo.”



Revista JAMES

Maio/2025

 
 
 

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